Por Jeffrey Dastin
SANTA CLARA, Cuba (Reuters) - O primeiro voo regular de passageiros dos Estados Unidos para Cuba em mais de meio século pousou nesta quarta-feira na ilha caribenha, inaugurando mais um capítulo nos esforços do governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para aprimorar os laços e fortalecer o comércio e as viagens com o ex-inimigo da Guerra Fria.
Um avião da empresa aérea JetBlue Airways que decolou de Fort Lauderdale, na Flórida, aterrissou em Santa Clara, cidade localizada no centro de Cuba. A rota pode ser um desafio comercial, pelo menos inicialmente, mas foi o primeiro de uma série de voos novos de várias companhias norte-americanas para destinos na ilha.
O secretário de Transporte dos EUA, Anthony Foxx, o presidente da JetBlue, Robin Hayes, outras autoridades e jornalistas estavam a bordo da aeronave de 150 poltronas. Viajantes regulares, entre eles alguns de descendência cubana, ocupavam quase metade dos lugares no voo para Santa Clara, cidade com uma população de cerca de 200 mil habitantes conhecida por seu monumento ao líder revolucionário Ernesto "Che" Guevara.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, observou em uma mensagem no Twitter que o voo aconteceu pouco mais de um ano depois do hasteamento da bandeira na embaixada norte-americana reaberta em Havana, e o classificou como "mais um passo adiante".
Cuba e os EUA começaram a normalizar as relações em dezembro de 2014, depois de 18 meses de conversas secretas, e desde então reataram plenamente os laços diplomáticos.
Os dois países se hostilizaram durante mais de cinco décadas a partir do momento em que Fidel Castro depôs o ditador Fulgencio Batista, apoiado pelos EUA, em uma revolução desencadeada em 1959 que levou a ilha a adotar o comunismo e se tornar uma aliada próxima da antiga União Soviética.
Até esta quarta-feira, as conexões aéreas de passageiros entre Cuba e EUA só aconteciam em voos fretados.